A história da vaquinha

vaquinha

Um mestre e o seu discípulo caminhavam pela floresta, quando chegaram a um sítio miserável, onde nada estava plantado, não havia pomares, nem jardins, nem indícios de alguma atividade que pudesse sustentar os que ali moravam. Chegaram a uma casa que estava a cair aos bocados, na qual se encontrava um casal e três meninos, todos eles esfarrapados e sujos. Quando o mestre e o discípulo foram con­vidados a sentar-se numa árvore caída, o mestre perguntou-lhes de que viviam. O homem respondeu que viviam do leite de uma vaqui­nha que possuíam. Bebiam uma parte do leite e a outra vendiam na cidade para comprar alimentos.

Minutos depois, quando saíram do local, o mestre ordenou ao seu discípulo que voltasse e matasse a vaca. Este primeiro revol­tou-se, perguntando por que deveria privar do seu sustento aqueles pobres coitados, mas ante o silêncio do mestre, acabou por confiar nele e obedeceu.

Anos depois, o discípulo passou ao pé do mesmo lugar e, ainda a culpar-se pelo que foi obrigado a fazer, decidiu visitar a família. Quando chegou, quase não reconheceu o sítio: havia uma casa bonita e o caseiro informou-o de que a família continuava a morar lá. Tratava-se de uma esplêndida habitação rodeada de jardins floridos e de um par de amplos armazéns, nos quais os trabalhadores se esforça­vam. O mesmo homem de há uns anos atrás recebeu-o e, face à pergunta sobre o modo como tinham conseguido melhorar daquela forma, ele respondeu: “Tudo começou quando a vaquinha que nos sustentava, coitada, morreu. Nessa altura, cada um começou a usar as suas habi­lidades, e começámos a assumir a vida… Tem que ser!”

Esta história mostra-nos que, muitas vezes, o nosso desafio é matar a vaquinha, sair da zona de conforto, partirmos para a aventura que é a vida, fazer opções, prontos a trabalhar e a arriscar. Enfrentar o mundo, assumir responsabilidades. Não nos contentarmos com o “pouco”, mas aspirarmos a muito mais. O grande desafio é deixar de usar “desculpas” que apenas escondem o medo e o comodismo, acabar com os “infinitos adiamentos”, tomar as iniciativas que têm que ser tomadas, e na altura certa. Se uma coisa precisa de ser feita, é melhor que seja já.

Tudo o que adiamos vai-se transformando num peso que carregamos e que pode esgotar a nossa energia. Respire, deixe a sua cabeça leve para se focar e  concentrar. A seguir parta para a ação!

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