Quando se fala de apegos, dependência espirituais negativas, espíritos obsessores e “encostos”, queremo-nos referir a qualquer influência indesejada, desagradável, que num grau menor ou maior, altera ou suprime a manifestação normal da personalidade do sujeito e que não é controlável pelos meios que nós consideramos “normais”.
Nalguns casos, a vítima sofre, mas não sabe explicar de onde vem o seu sofrimento. Pode ser levado a ter comportamentos estranhos sem razão aparente e não será capaz de explicar por que os faz.
Noutros casos, a pessoa apresenta sensações físicas desagradáveis, “frios” em certas zonas do corpo, arrotos frequentes, dores de cabeça, arrepios súbitos, “vozes”, especialmente à noite, a cama a tremer, visões, entre outros. Estas sensações caracterizam-se pela sua transitoriedade, ou seja, aparecem e passado algum tempo desaparecem sem deixar rasto.
Em certas situações, estes fenómenos estão relacionados com o falecimento recente de uma pessoa próxima com a qual não está a ser possível “quebrar os laços” de forma natural. Outras vezes não é possível explicar. Parece que existe algo que se manifesta noutra dimensão.
O primeiro ponto que temos que considerar neste assunto é o grau de sofrimento que estas situações envolvem. Em casos extremos colocam em causa toda a qualidade de vida. É por isso que, ao abordar este polémico e sensível tema, antes de mais, deverá existir uma atitude séria e honesta, capaz de observar e entender, para além do que é visível, para além de preconceitos, colocando de lado possíveis fantasias.
A forma como nós vivemos a vida, obriga-nos a prestar atenção a imensos pormenores materiais e superficiais com os quais acabamos por nos identificar e distrair. Mas existe uma outra dimensão para além daquilo que é visível e palpável. É uma dimensão mais profunda, que vai às raízes da nossa existência, com a qual só nos preocupamos quando “nos bate à porta” e não encontramos nenhuma explicação.
Esta dimensão da vida, visita-nos inesperadamente sob as mais variadas formas e manifestações e nem sempre com o formato mais feliz. Desde doenças físicas a fenómenos psicológicos e espirituais, ainda existe muito para descobrir, entender e aclarar.
Em casos extremos, assistimos a vidas que entram em colapso, pessoas que começam a ter comportamentos estranhos. Quando é assim, temos que recorrer ao melhor que temos e sabemos, à nossa experiência, à nossa intuição, à ajuda dos nossos guias espirituais e à Força inextinguível da Vida.
Todos os textos de sabedoria milenar apontam casos de pessoas possuídas por forças e espíritos negativos. Na Bíblia, no seu antigo e novo testamentos, assim como em textos orientais, encontramos muitas descrições de fenómenos nesta área.
Compreender para agir
É importante destacar que, uma pessoa com tendência para sofrer de sintomas associados à espiritualidade e fenómenos semelhantes, é uma pessoa extremamente sensível. Possui uma perceção “especial” com a qual se apercebe de pormenores energéticos que, provavelmente, escapam às outras pessoas. Esta perceção ativa, pode conduzir a um cansaço e desgaste que vai agravar fragilidades e abrir portas a mais influências espiritualmente negativas.
Quando o nível de obsessão atingiu uma dimensão que coloca em causa a vida corrente, é útil recorrer a uma ajuda que apoie sobre a melhor maneira de lidar com a situação. Algumas coisas podem ser feitas para restaurar o seu poder e a sua plenitude.
No entanto, diz-se, e com razão, que é melhor prevenir do que remediar. Nesse sentido, e para evitar entrar em ciclos viciosos, ficam alguns pontos para construir uma “personalidade espiritualmente mais forte” e, dessa maneira, criar uma defesa natural capaz de manter afastados eventuais influxos negativos:
A – Tenha atenção às influências negativas de outras pessoas
A forma como certas pessoas interagem connosco tem uma influência decisiva na nossa vida. A negatividade dessas pessoas pode fazer “desabar” todo o nosso campo energético. O problema é que essas pessoa podem nem ter consciência disso mas cabe-nos a nós fazer opções e cuidarmos o melhor possível da nossa vida. O tempo é um dos bens mais preciosos e é bom gastá-lo com as pessoas certas, aquelas que o respeitam e que o valorizam, a si e à própria vida.
B – Não tenha medo de enfrentar os problemas
Por vezes os “filmes” e fantasias que criamos sobre certos problemas antecipados são muito mais aterradores do que a própria realidade. E é curioso, ao longo do tempo, a persistência e intensidade que essas marcas emocionais deixam, às vezes ao nível inconsciente, mesmo quando a realidade já foi há muito ultrapassada. É por isso que não devemos permitir que “os filmes negativos” se arrastem nos nossos receios e pensamentos. Conselho: Trate logo de enfrentar a realidade de uma vez por todas. A realidade não é assim tão má e, afinal, você é muito mais forte do que imaginava.
C – Seja honesto
Para termos uma personalidade forte, capaz de fazer frente a eventuais obsessões e pressões, quer vindas do interior, quer do exterior, é bom cultivarmos uma atitude íntegra, aceitando a pessoa que somos, reconhecendo os pontos fortes que temos, aceitando as mudanças que entendemos que deveremos fazer. Ser honesto é aceitar as limitações, mas reconhecendo que, apesar disso, temos metas e objetivos. Saber onde estamos, para onde queremos ir e a maneira como lá havemos de chegar.
D – Viver no presente
Hoje é o dia que temos garantido. Os planos ou os receios do futuro não nos devem impedir de viver plenamente o dia de hoje, de sentir os cheiros, os sabores e as cores da vida, de sentir o calor e o carinho daqueles que temos ao nosso lado. As sombras do passado, os repetidos balanços sobre os erros que cometemos ou as decisões que deveríamos ter tomado, não nos podem impedir nem bloquear os passos que agora queremos dar.
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