O Tarot como meio de conhecimento e exploração de vida, é uma ferramenta valiosa para clarificar opções. Isso permite mais lucidez e firmeza para alcançar as metas de vida que se querem.
O movimento da vida e o Tarot
Numa sessão de Tarot nunca se captam forças estáticas. Capta-se a dinâmica da vida, fluxos, refluxos, movimentos do Ser humano. A infância, o crescimento, as fases da vida. Os processos e as decisões estão em constante mutação mas existem tendências e são essas que nos interessam. O Tarot não é uma ciência exata porque não há certezas absolutas, nem determinismos, nem destinos fatais. O Tarot aponta sentidos, direções, movimentos, positivos e negativos. Numa sessão, não manuseamos objetos, interagimos com a alma, exploramos a dinâmica do Ser humano e da vida. Mais do que prever, o Tarot deve responder à pergunta: o que posso fazer para melhorar a minha situação? Que obstáculos, percetíveis e impercetíveis, estão em jogo? Que forças é que estão a atuar?
Neste contexto, mais do que antecipar o que irá acontecer, interessa “iluminar” futuros caminhos e opções. Todos queremos que algo de bom venha a acontecer connosco, algo que faça progredir o nosso percurso de vida. Nesse sentido, o Tarot pode indicar a melhor posição, a atitude mais aconselhável para que a situação se encaminhe para uma solução de harmonia e crescimento.
No trabalho
Por exemplo: Numa relação problemática no trabalho, com um colega ou com um dirigente. Que sinais é que existem? Que rumo é que as coisas poderão vir a levar? Qual a melhor atitude a tomar? Que comportamentos devo evitar? Se eu alterar a minha maneira de estar, o comportamento dos outros mudará? O ambiente de trabalho ficará melhor? Numa sessão de Tarot, esses serão pontos a considerar para encontrar a melhor opção.
Nos relacionamentos
Ao nível de exemplos, podemos afirmar que a área dos relacionamentos, sendo das mais importantes da nossa vida, é também a mais complexa, particularmente, relacionamentos amorosos. Lidamos com ligações afetivas em que, pelo menos, num dos lados, há uma entrega grande que não é valorizada nem correspondida pela outra parte. Normalmente, existem questões que arrastam dor, desconfortos, inseguranças, dúvidas e ressentimentos. Muitas vezes o amor próprio está ferido com reflexos profundos na autoestima.
Numa consulta, nesta área, por vezes, revelam-se armadilhas e ilusões que é necessário desmontar e compreender. São desafios sérios que correspondem também a fases de crescimento interior muito exigentes.
Numa situação destas, talvez o Tarot “toque” em zonas da personalidade que há necessidade de clarificar, por exemplo:
- O que sinto por essa pessoa tem a ver com o meu orgulho ferido?
- Que pensamentos é que esta situação desencadeia em mim?
- Qual é a principal motivação neste relacionamento? Ter alguém para me sentir mais seguro? Sentir-me melhor em termos familiares e sociais? Ter alguém ao meu lado para evitar ficar sozinho?
- A minha forma de estar neste relacionamento é tentar “dominar” para que as coisas decorram da forma que eu entendo?
- Este “amor” serve, principalmente, para suprir as minhas necessidades pessoais?
- Essa pessoa que, supostamente, me ama existe? Ou foi apenas apenas uma construção do meu ego?
- Porque é que isto voltou a acontecer? Que erros é que eu teimo em repetir?
Às vezes, o nosso olhar está tão fixo no olhar do nosso “amor”, que nem reparamos que já não estamos a navegar, nem no mesmo barco, nem no mesmo rio.
Estas e outras questões podem ser desencadeadas durante uma sessão de Tarot para entender, em primeiro lugar, os verdadeiros sentimentos, as motivações, os receios… Mas também para apontar pistas e caminhos que “salvem”, de forma saudável e duradoura, não só um relacionamento, mas também a plenitude e alegria de vida das pessoas envolvidas.
O Tarot, arquétipos e a visão transpessoal da vida
O psiquiatra Carl Jung usou o Tarot e a Astrologia nas suas terapias. Ele considerava duas vertentes no inconsciente: o inconsciente individual (que coincide com o conceito de Freud) e o inconsciente coletivo. Lembremos também que Jung sempre teve uma visão espiritual da psicologia e da dinâmica individual e social. O interessante é que, mesmo o próprio Freud, veio a alargar a sua visão ao falar de sonhos premonitórios e de telepatia, como fenómenos que ele verificou serem correntes entre paciente e terapeuta.
No entanto, foi Jung quem associou o Tarot com os chamados Arquétipos, e estes com o inconsciente coletivo. Como é que poderíamos definir inconsciente coletivo? Numa linguagem simples: é como um registo coletivo de todas as coisas, de todos os padrões de pensamento e ideias do passado, presente e futuro. Numa sessão de Tarot, eu e o meu cliente entramos numa ligação especial com esse inconsciente coletivo onde se vão gerar forças de atração, repulsão e muitas outras “matizes”. O que as cartas de Tarot captam são forças, energias, tendências, desvios… O Tarot capta a própria vida!